montricot

monocromia/monotonia

Provavelmente ninguém notou, mas há alguma regularidade nos meus trabalhos nos últimos anos:

Sim, uma constância nos tons, nos materiais... Tudo porque, há alguns anos, eu cismei de fazer esta manta.

E, juntando a carência de bons fios, principalmente em quantidade na mesma cor, e o medo de não conseguir terminar, encomendei um caminhão cheio de lã.

Que, como vocês podem ver, não funcionaram muito bem na vida real:

E ainda por cima há uma pequena diferença na espessura entre o azul claro (Sedificada) e o petróleo (Nube, o mesmo fio só que vendido na Argentina), o que pode não parecer grande coisa, mas à medida que a colcha ia crescendo e as seções ficando maiores, ficava bem óbvio.

Claro que o problema não foi só a cor. Minha mania técnica de preferir tricotar cordões de tricô em tricô também fez diferença neste caso. Problema que, fazendo uma amostra prévia, eu teria evitado, mas né? Que atire a primeira pedra quem nunca.

Ou seja, há anos venho tentanto acabar com o estoque dessa Sedificada/Nube.

Este ano, resolvi só usar esses fios no Tricô Solidário 2012, da Júnia,

e comecei caprichando com uma manta ripple (principalmente porque crochê 'come' muito mais fio que tricô!):

(A foto ficou troncha, mas foi a pressa de fotografar antes de mandar - em cima da hora, como sempre!)

Aproveitei pra usar a sequência de Fibonacci 'espelhada' nas listras (8, 5, 3, 2, 1, 1, 1, 1, 2, 3, 5, 8), coisa que eu queria fazer há muito tempo. Pena que não deu pra fazer um lado escuro e outro claro, por conta da diferença de espessura, mas acho que não ficou ruim...

No mais, fiz meinhas para crianças (e/ou senhorinhas de pés pequenos), algumas das quais já mostrei antes.

Variações da Waffles Socks 28 e

Variações da Waffle Socks 32. (Queria ter feito uma versão listradinha desta, mas não deu).

Bom, ainda me sobraram uns dois novelos do azul claro e uns três do azul petróleo, mas tendo em vista o tanto que eu tinha no começo dessa novela, já consigo ver a luz no fim do túnel!

Agora é acabar o (adivinha!) Neverending Baby Jacket II - A Missão, que a criança está pra nascer e o casaquinho continua fazendo jus ao nome que eu dei :P

 

de boas intenções...

... o inferno está cheio. E esta blogueira que vos escreve também :-/

Nada como resolver postar mais amiúde e terminar os trabalhos já terminados para vir um mundo de coisas totalmente fora do esquema pra atrapalhar a vida.

Claro que muito é culpa minha. Eu sou daquelas que, quando o bicho pega, fico que nem um sapo no meio da estrada, com os olhos esbugalhados, sem sair do lugar. Sério, eu não posso ter coisas demais a fazer que, em vez de pegar o touro a unha, fico assim:

(ok, é um camaleão e não está no meio da estrada, mas a expressão é igualzinha (a propósito, vocês viram Rango? Recomendo diconforça. ))

Apesar dos pesares, algumas coisinhas (literalmente, coisinhas) têm saído das agulhas.

Desde março estou numa onda de bebês nas redondezas, e como o tempo anda curto, fui de meinhas:

 (Tamanho 1 a 3 meses, receita da Garnstudios)

E até o final de maio é o prazo do Tricô Solidário da Junia. Já fiz uma manta para idoso (fotos soon!), e embarquei nessas meias para crianças de 4 e 7 anos:

A(s) receita(s) é(são) simples, rápida, com agulhas mais grossas a gente faz num instante! (Mudando a grossura das agulhas, dá pra crianças maiores também).

(Depois de ter feito as de bebê, achei essas ENORMES, mas acho que o tamanho deve estar certo. Não é impressionante como a gente esquece que os bichinhos crescem uma barbaridade?)

Bora correr um pouquinho que quero ver se mando mais alguns pares.

Bjks!

PS Todo sucesso pra turma do Congresso em Curitiba!

PS 2 Seu pacotinho vai na mesma hora em que eu mandar o da Júnia, tá Kátia? Sou lerda mas não esquecida. Pelo menos, quase sempre. Ou quase nunca :P

xeque mate (atualizado)

Tem projetos que começam com uma receita ou uma foto como inspiração.

Já outros começam quando a gente se depara com uma combinação aleatória de cores, dois novelos juntos por acaso, que dizem: me faça!

Pois uns tempos atrás eu fui dar uma olhada num armarinho pequeno aqui perto de casa que há semanas anunciava LIQUIDAÇÃO FINAL - ARMARINHO A VENDA! Não que eu tivesse esperanças de grandes achados, porque se aqui nos grandes armarinhos já não se acha tanta coisa interessante assim, que dirá num pequeno.

Minha ideia nem era levar nada mas, nas prateleiras já meio vazias, tinha alguns novelos de Cetim nesse azul e nesse creme clarinho, tão perfeitos um para o outro que foi irresistível. Levei 2 novelos de cada.

Pensei em fazer (mais) um BSJ, mas quando vi esta receita (na verdade, um ponto) não resisti...

O chato é todo aqueles fios que se tem de arrematar no final (é preciso cortar o fio a cada carreira, pelo menos para fazer este efeito que eu queria), e cheguei a arrematar nas primeiras carreiras.

No final, nem precisava. Deu pra esconder tudinho no acabamento (uma carreira de ponto baixo em creme mais o i-cord em azul).

Resultado: uma manta, ou melhor, um *cobertor* (porque ficou pesadinho, 600g - tive que comprar mais um novelo de cada! o incível é que consegui on-line da mesma partida! era ou não era pra ser?) de 90x90cm beeeem quentinho! (Mais detalhes no ravelry)

Ah, e dando uma xeretada nos meus trabalhos guardados a busca de dono, juntei os sapatinhos com seus respectivos casaquinhos...

... que já devem estar esquentando duas criancinhas! (Este segundo foi um dos meus primeiros Baby Surprise Jackets, que acabou saindo muito pequenininho, mas que deve servir bem num recém nascido ou prematuro)

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P.S. Na pressa de publicar o post (que já estava praticamente pronto há quase três semanas) esqueci de fazer os devidos links....

de volta ao começo

Quando comecei minha(s) carreira(s) como tricoteira, pouco depois da fase das roupas de boneca, entrei numa fase de fazer sapatinhos.

Aquelas receitas passadas de mãe pra filha (no meu caso, foi a mãe de uma amiga), anotadinhas num caderno encardido, onde a gente ia seguindo as instruções no escuro e, no fim, dava certo!

Fiz muitos. Adorava porque sempre aprendia uma coisa nova.

Lá pelas tantas, enjoei e nunca mais fiz.

E confesso: como mãe, não fiz nenhum. Achava mais prático usar meinhas. E nunca gostei daquelas fitinhas para deixar o sapatinho no lugar (quem já viu um bebê chutando sabe que eles saem voando). Vestir essas criaturinhas é trabalhoso e, quanto mais rápido a gente conseguir, melhor.

Corta para o começo deste ano, quando uma amiga perguntou se não poderia fazer uns sapatinhos para os enxovais que a avó dela monta para mulheres carentes. Parece que uma senhora que os fazia não estava podendo tricotar.

Quando não achei meu velho caderninho de receitas, o jeito foi procurar por aí. Achei os sapatinhos perfeitos* e não consegui mais parar.

(*só achei a receita no Ravelry)

Essa barrinha dupla deve segurar super bem nos pezinhos e, apesar de ser meio chatinho de fazer até pegar o jeito, este sapatinho não tem nenhuma costura. Ne-nhu-ma.

Em pouco mais de um mês fiz 14 pares, quase um pé por dia. Como eu consigo? Levo sempre um em andamento na bolsa. Basta uns 5 minutinhos esperando a filhota na escola, umas 3 carreiras; mais 10 esperando a dentista, outras  8, e assim vai.

Postei todos os pares individualmente no flickr e no ravelry (ali com detalhes), mas os meus preferidos foram estes 3:

Restinhos de uma das primeiras meias que fiz usando lã própria p/ meias (o efeito da solinha foi uma felicíssima coincidência). Me lembra uma melancia.

Na maioria dos sapatinhos usei restos de lã p/ meia, mas quando vi esta cor da Keamor (sério, porque a gente só acha lã para bebê em tons pastéis?) tive que comprar. Não ficou lindo?

Este foi para aproveitar um restinho da Carinho em marinho que resolvi misturar com a Keamor que usei aí em cima. (Tô achando que esse eu vou deixar guardado para um futuro/a neto/a.)

Não sei quando vai terminar essa minha fase, mas sei que por agora não é :D

esse tá na minha lista

via www.youtube.com

Não é pra assustar ninguém, mas a Cat Bordhi é um gênio, principalmente no que se refere a meias.
Sei que tem gente que se assusta, outros até desanimam, mas eu acho uma delícia saber que ainda tenho taaaaanto a aprender :D

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P.S. Andei mudando umas coisinhas por aqui e a Márcia andou tendo problemas para comentar. Eu acho que agora está tudo ok, mas se alguém mais tiver dificuldades pra comentar, por favor me avise no  feitoamaoblog(arroba)gmail(ponto)com

meias pra que te quero: com que fio?

Falei no começo que não ia ensinar nada, só falar do que eu já fiz, Então não sei quais são as melhores lãs nacionais para fazer meias, até porque a minha única experiência foi um sapatinho de dormir (que tecnicamente talvez até possa ser considerado como meia) feito com lã Família há muito tempo. O problema que eu vejo em usar acrílico para meias é que, não sei como descrever melhor, ele 'abafa' o pé. Nem imagino, por mais frio que esteja, passar o dia usando uma meia feita com acrílico. Sabe quando a gente está usando aquele pulôver, de repente entra em um ambiente abafado e começa a suar? Então.

As primeiras meias *de verdade* que eu fiz já foi usando a lã própria, fruto de uma promoção imperdível de 10 novelos de 50g por 19 dólares. Não dava para escolher a cor (e elas não eram as mais lindas mesmo, vide a foto, porém perfeitamente usáveis), mas por esse preço? :D

A sock yarn normalmente tem 75% de lã superwash, que não encolhe (pode lavar na máquina sem susto) e 25% de nylon, o que ajuda na elasticidade e durabilidade. Há também as 100% lã, superwash ou não; misturas de algodão, lã e nylon; lã, bambu e nylon; lã e seda; lã, seda e cashemere; alpaca e nylon etc. etc. E o melhor: dá pra usar o dia inteiro, o pé pode esquentar que não 'abafa'.

Onde encontrar?

Não há similar nacional. O meu 'pequeno' estoque eu fiz com as da Elann (onde dois novelos de 50g, suficientes para fazer um pé mesmo para pés bem grandes, saem por menos de 5 dólares!), nas promoções da Little Knits (agora mesmo eles estão com uma de 10 novelos de 100g), ou mesmo, de vez quando, quando a tentação é grande, *só dois novelinhos* :D), e no  Ebay também se acha muita coisa em conta (eu gosto particularmente das lãs Regia e Opal, marcas bem tradicionais para meias, e da Trekking XXL).

Porém, felizmente, já que os fabricantes nacionais não ligam pra nós, pelo menos o comércio está descobrindo o filão das lãs importadas, porque aqui você já pode pedir (ou, meninas de Sampa, comprar in loco), a Jawoll, que é uma sock yarn (apesar de não mencionarem isso lá).

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Ah, e meias precisam de elasticidade, então algodão puro nem pensar. (Quer dizer, claro que você pode pensar, tricotar e até usar, mas não há como um fio inelástico ficar agarradinho no seu pé. Há que se fazer escolhas nesta vida.)

A exceção é o Fixação da Círculo, que tem um componente stretch. Aliás, ele é exportado e vendido como Cascade Fixation lá nos Estados Unidos. Eu sei que a turma lá, principalmente as alérgicas a lã, usam muito para meias, e o melhor: o próprio site tem várias receitas (se alguém já testou, dê um toque!).

meias pra que te quero: pra que te quero?

Há vários motivos para se tricotar meias - nenhum deles econômico (sempre vai ser mais barato comprar aquele pacote "leve 3 pague 2" na Renner ou nas Americanas).
*meias são um projeto pequeno, fácil de carregar na bolsa ou na mochila, sempre a postos no ônibus, no metrô, na sala de espera.
*meias podem ser um projeto a ser saboreado rápida ou lentamente: tudo depende da receita, que pode ser um lace ou tranças supercomplicadas, ou em ponto meia de cabo a rabo.
*meias aquecem os pés e os corações quando são dadas de presente.
*pode-se brincar muito com elas, principalmente com cores (aposto que mesmo aquele adolescente rabugento não vai fazer uma cara tão feia para uma meia listrada de roxo e verde limão).
*apesar de não ser um projeto econômico, ele também não é tão caro: se gasta no máximo 100g de fio (pelo menos é isso o que eu digo pra mim mesma toda vez que vejo uma liquidação nas minhas lojas estrangeiras preferidas: afinal, são so 2 novelinhos!)

update:faltou uma informação importantíssima! A receita da meia da foto é a Monkey, da Cookie A.!

um post "meia" boca, pode ser?

 

(fonte da imagem: Life)

O negócio é o seguinte. O tempo ruge, minha vida anda uma loucura, eu não sou uma pessoalmente naturalmente organizada, tenho saudades do blog mas faz tempo que não consigo arranjar uma espécie de rotina como a que eu tinha antigamente pra fazer um post decente.
Mesmo um indecente anda difícil.
Mas, mesmo assim, eu penso em mil e uma coisas que eu queria escrever aqui, o tempo acaba passando e...
*
Por exemplo, apesar de ter me tornado uma meieira de carteirinha (daquelas que, como diz a turma lá de riba, entram em autonegação dizendo sempre que precisam diminuir seu estoque que "lã de meia não conta"), falo muito pouco sobre elas aqui. Mas depois que andei dando umas dicas para a Andrea do Superziper, e já que tem tanta gente se aventurando ou querendo se aventurar pelo universo 'meial', vi que podia não ensinar a fazer as meias, mas pelo menos passar um pouquinho da minha experiência.
*
Estou pensando em fazer uma pequena série de dicas (eu pensei que poderia fazer tudo num post só, mas comecei a escrever e vi que ia ficar muito longo e confuso) divididas por assunto.
Vamos ver se eu dou conta.

perfect sock cast-on

Faz tempo que não tricoto uma meia, e o comichão está voltando. A culpa é da Andrea, que encasquetou de aprender e reacendeu a coceirinha.

Na verdade ainda não testei a montagem de pontos do vídeo, mas pretendo experimentar assim que terminar as 3 ou 4 coisas que tenho pendentes.

e deu xabu...

Que surpresa! Foi só eu me animar toda para que Mr. Murphy viesse estragar a festa.
Fiz os modelos todos para poder fotografar umas coisinhas no final de semana (está duro arranjar um tempo com sol durante) para a filhota me arranjar mil e um compromissos (vida de mãetorista é dura!) e, mesmo no tempinho que consegui espremer, onde diabos estava o meu tripé? Porque fotografar a si mesma tricotando sem um tripé, é missão mais que impossível.
Mas, deixa estar que, pelo menos, tem outras coisas pra distrair a atenção das minhas falhas lá no site das Tricoteiras.

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Ah, e para quem ainda estiver querendo aprender as técnicas para tecer tubos com pequena circunferência (o que serve para meias, mas também para começar um trabalho em círculo ou mesmo fazer mangas sem costuras), temos os vídeos das Aulinhas da Regina Rogers:

O laço mágico (lá fora conhecido como 'magic loop'), usando duas agulhas circulares e com 4 agulhas partes 1, 2, 3 e 4 (eu prefiro fazer com 5, mas a técnica é a mesma).

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Eu fui olhar que já se publicou por aí sobre meias, e até que as lusófonas não estão mal de tutoriais e receitas. Menos mal, porque vou poder pular para a parte que eu queria, que era mostrar como fazer suas meias sem receita. Ou, melhor dizendo, cada qual fazendo a sua, usando o material que preferir. Tô aqui torcendo para o seu Murphy me dar uma folguinha

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Calma, Cary, que a gente consegue.